25/07/2005 - Prevenção: preocupação para os planos de saúde

O Estado do Paraná

A prevenção de doenças também passou a ser uma preocupação das operadoras de planos de saúde. Com a adoção de medidas nessa área, pretendem diminuir o número de sinistros, que aumentaram 80% desde 2003. Os números estão fazendo muitas operadoras fecharem no vermelho. Ontem, o especialista em administração hospitalar Ermínio José Moura esteve em Curitiba falando sobre o assunto com os gestores do sistema ligados à Associação Brasileira de Medicina de Grupo do Paraná e de Santa Catarina (Abrange-PR/SC). A adoção de programas de prevenção da saúde é uma normativa da Agência Nacional de Saúde e as operadoras têm até agosto para se adequarem. Mas apesar de ser uma norma, ela também representa um alívio para os planos, que nos últimos anos viram aumentar assustadoramente o número de sinistros. Além disso, a saúde suplementar (privada) perdeu muitos usuários devido às dificuldades para se pagar as mensalidades. Só o sistema da Abrange baixou de 18 milhões para 15 milhões de segurados desde 2003 em todo o País.
Outro fator que também preocupa as operadoras dos planos de saúde é o aumento do número de idosos. "Eles entram no sistema para usar, mas há poucos jovens e não há uma compensação nesse sistema de seguro", observa o presidente da Abrange-PR/SC, Joelson Samsonowski. Segundo ele, a tendência é aumentar ainda mais esse desequilíbrio: hoje existem 14 milhões de idosos no País e para 2045 a projeção é de 56 milhões.

Só resta às operadoras buscar alternativas e a solução encontrada é a medicina de prevenção, que deve reduzir o número de sinistros. "Devemos privilegiar a saúde e não a doença", fala Moura. Durante o encontro, ele enumerou vários programas que podem ser adotados. Entre eles, o acompanhamento de pessoas que possuem, por exemplo, hipertensão. A doença atinge 40% da população e é responsável por desencadear outras mais graves. O seu controle representa economia e qualidade de vida.

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