Notícias

01/06/2007 - O que é Web 2.0?

Com exceção dos personagens do Big Brother, nenhum outro assunto é tão falado na Internet de hoje quanto o termo Web 2.0. Mas afinal, o que é Web 2.0?

Em 2004 uma equipe da OReilly Media cunhou o termo Web 2.0 para definir a evolução da Web. A Web é a combinação da Internet e suas tecnologias e os modelos de negócios que são criados sobre as mesmas.

Com o advento da Internet empresas e indivíduos foram capazes de se interligarem. Essa foi a Web 1.0. Mas o grande poder da Internet não está somente na capacidade de conexão, mas sim, na de colaboração tecnológica e social.

Daí nasce o conceito de software social, ou seja, a capacidade das pessoas se reunirem, interligarem e colaborarem através de meios de comunicação via computador formando comunidades online. Nasce a Web 2.0. Wikis, blogs, foruns, chats, tagging, RSS, instant messengers e outros tantos termos servem como base para a Web 2.0.

O 2.0 indica que uma evolução da Web conforme estamos acostumados. Na verdade a Web é um organismo que nunca para de evoluir. Muitas das tecnologias acima existem desde o nascimento da Internet, mas somente agora começam a ter uso em escala.

Mais importante do que as tecnologias envolvidas está a participação dos usuários (ou sociedade) na construção da Web 2.0. Se a Web 1.0 foi construída por engenheiros, designers e financistas, a Web 2.0 está sendo construída pela sociedade, pois o grande pulo do gato está em um fenônemos social que abraça a abordagem de geração e distribuição de conteúdo, caracterizadas pela comunicação aberta, decentralização, liberdade de compartilhar e reutilizar e grande geração de dados e informações pelos usuários.

Uma outra forma (ou será a mesma vista de outro ponto?) de definir a Web 2.0 é o que chamamos de Web Semântica, ou seja, a capacidade de associar significado aos bilhões de documentos existentes na mesma de acordo com o contexto do usuário, através de tags, wikis, referências cruzadas e redes como FOAF e XFN. Complicado? Nem tanto. Imagine que você buscou na Internet a palavra Paris. Dependendo do seu contexto você pode classificar os resultados dessa busca como cidade luz, europa, must see in Europe e por aí vai. Outras pessoas ao fazerem buscas por europa, must see in Europe ou cidade luz irão receber como resultado, entre outros, Paris. Viu?

Mas outro usuário poderá classificar alguns resultados como socialite, herdeira milionária, celebridade, etc. Qual a diferença? A diferença é que na primeira a contextualização da palavra Paris é referente à famosa cidade francesa e na segunda à Paris Hilton, herdeira dos hotéis Hilton. Depois é só compartilhar seus tags via serviços como o del.icio.us. Isso é o que chamamos de folksonomy.

Em Setembro de 2005, Tim OReilly escreveu um documento sumarizando que seu grupo queria dizer com Web 2.0. E por mais que outras definições tenham aparecido (todo mundo queria tirar proveito), essa é a que vale oficialmente, apesar de Tim admitir que não há uma versão oficial da Web 2.0. E é nela que baseio os princípios-chave da Web 2.0, que são:

· A Web como plataforma de aplicações;
· Dados como a força motriz;
· Clientes criam seus produtos;
· Network Effect;
· SaaS, Software as a Service;
· Cooperação ao invés de controle;


A Web como plataforma de aplicações

Quando da sua fundação, a Sun Microsystems, uma das mais importantes (se não a mais) empresas na história da Internet cunhou o slogan The Network is the Computer, ou seja, a rede é o computador. E isso foi nos anos 80 antes da Internet comercial.
Nunca isso foi tão verdade. Talvez o princípio mais importante da Web 2.0 é que as aplicações da mesma só fazem sentido em um mundo totalmente interligado. Veja o Google por exemplo. Não há sentido o buscador Google existir se não houvesse uma rede gigantesca de computadores interligados gerando dados que necessitam ser organizados a cada segundo. No fundo o Google é uma aplicação rodando na rede. A rede é seu computador.
A Web é uma poderosa plataforma para a criação de aplicações inovadoras que mudam nossa forma de fazer negócios (vide AdWords do Google), interagir socialmente (vide Orkut, também do Google, e Second Life), recebermos informação (e-mails, RSS, blogs, wikis) e nos divertirmos (YouTube e Joost), portanto deve ser cuidadosamente estudada e aproveitada na criação de novas aplicações ou mesmo na adaptação das existentes.


Dados como força-motriz

Uma vez que as pessoas estejam interligadas e usando a rede como seu computador elas fatalmente irão gerar dados. Bilhões deles. Por segundo. E aí reside a grande moeda da wikinomia (termo criado por Don Tapscott em seu novo livro Wikinomics), a economia da integração e colaboração via a Web.

Empresas como Google vivem de organizar e apresentar dados. Não há um simples aplicativo do Google que não seja capaz de armazenar dados em seus gigantescos datacenters espalhados pelo mundo, pois dados são valiosíssimos e é exatamente isso que o Google deseja, se apoderar das informações do mundo, reorganizá-las e depois vendê-las em diversas formas.

Na era Web 1.0 o mais importante era a aplicação, o programa, o site. Na era Web 2.0 o mais importante são os dados. Por isso vemos as aplicações sendo distribuidas gratuitamente desde que os dados gerados pelas mesmas fiquem em poder de quem detém os direitos sobre essas aplicações.


Clientes criam seus produtos

Com o uso da Web como plataforma um efeito colateral é criado: a capacidade de seus usuários ou clientes criarem seus próprios produtos ou ajudarem sua empresa a criar os seus. E a geração da colaboração em massa.

Em março de 2000, Rob McEwen, CEO da GoldCorp, uma mineradora canadense que atravessava uma período turbulento, decidiu fazer uma coisa inusitada. Sem dinheiro para ampliar sua equipe de geólogos, sem condições de analisar todas as regiões possíveis de serem exploradas e principalmente sem ter muito tempo para inverter os resultados financeiros que estavam abaixo das expectativas, ele decidiu após participar de um treinamento no MIT para jovens presidentes, que a GoldCorp iria juntar todos os dados geológicos acumulados desde 1948 e compartilhar com o mundo. Depois ele iria pedir a quem quer que tivesse acesso aos dados, opiniões de onde e como grandes jazidas poderiam ser exploradas.

Sua idéia foi baseada no modelo de software aberto, levado às massas por um jovem finlandês, chamado Linus Torvalds, o criador do Linux. Linus angariou durante um periodo de mais de 10 anos, milhares de colaboradores que ampliaram sua idéia de criar um sistema operacional que fosse poderoso e aberto ao mesmo tempo. Hoje o Linux tem a liderança do mercado mundial de servidores, segundo dados diversos institutos de pesquisa.

McEwen pensou: Por que não usar o mesmo conceito para tentar criar a próxima grande oportunidade para a GoldCorp?. Mineração é fortemente baseada na análise de dados geológicos e portando factível de colaboração. McEwen aplicou os principais conceitos da Web 2.0 (web como plataforma e dados como forç-motriz) para revolucionar seu negócio.

Em semanas após o lançamento de um concurso de daria US$ 575 mil em prêmios, a GoldCorp rercebeu milhares de sugestões do mundo inteiro, de renomados geologistas a estudantes, passando por clientes atuais. Eles foram capazes de identificar 110 localidades suscetíveis a exploração (50% a mais que a própria equipe da GoldCorp), com um índice de 80% de aproveitamento, ou seja, 80% das 110 localidades poderiam ser efetivamente exploradas com altos índices de retorno.

A abordagem da GoldCorp demonstra que a capacidade de aglutinar dados e interessados para produzir novos mercados e produtos está apenas no seu início e pode gerar grandes economias e ganhos.


Network Effect

Network Effect ou efeito rede é a capacidade que um serviço ou produto tem de ficar melhor conforme mais pessoas o utilizam, ou seja, quanto mais pessoas usam o produto, melhor ele fica. Um exemplo disso são os sites de sugestões de compras. Quanto mais pessoas o acesso e dão opiniões, melhor essas sugestões ficam.

Criar produtos e serviços que fiquem melhor quanto mais são usados não é uma coisa fácil, mas deve estar na cabeça de qualquer um pensando em usufruir das benesses da Web 2.0.

Talvez o exemplo mais claro do Efeito Rede seja o Google (ele novamente). Quanto mais pessoas criam sites e buscam informações sobre o mesmo, melhor os sistemas de organização do Google, pois o mesmo é diretamente proporcional a quantiade de sites existentes e sua interrelação.


SaaS, Software as a Service

Já que a Web é a nossa plataforma no mundo Web 2.0, por que devemos ter nossas aplicações e dados armazenados em apenas nossos computadores, tão vítimas de ataques e limitados ao nosso espaço físico? Por que não podemos ter nossas aplicações e dados na Internet e acessá-los de onde quisermos, quando quisermos?

É exatamente isso que prega o modelo de software como serviço (SaaS). Ao invés das aplicações estarem em nossos computadores, elas estarão na rede (lembre-se, The Network is the Computer), bastando um browser para poderem ser acessadas. Alguém pode dizer, mas isso é o famigerado modelo ASP, Application Service Provider?. Sim, mas agora funciona!


Cooperação ao invés de controle

Talvez o mais etéreo conceito da Web 2.0 seja esse: cooperação ao invés de controle. Mas o que isso significa? Em primeiro lugar vivemos em uma sociedade onde o poder é definido pelo controle, ou seja, que controla tem o poder.

Na webconomia o controle se dá através da cooperação, ou seja, quando mais você coopera, mais controle você exerce. Não é um conceito fácil de entender no papel, mas na prática ele opera milagres.

Vide o caso do Linux, mais uma vez. Nessa comunidade a capacidade de influenciar e decidir está diretamente relacionada a quantidade de código fornecido e compartilhado com o comunidade. Ou seja, quanto mais código um programador compartilha com a comunidade, mais ele tem poder de influência e controle (afinal, influência é um tipo de controle).

O segredo do sucesso em um mundo Web 2.0 é criar ferramentas de colaboração entre seus stakeholders e fazer com que os mesmos o municiem de dados e informações que podem ser usados como moeda de troca. Assim o controle ficará nas mãos de quem colabora mais. Confuso? Talvez por que ainda você não tenha colaborado o suficiente.



Facebook Twitter LinkedIn WhatsApp Gmail



voltar



ATENDIMENTO


Entre em contato conosco por telefone, formulário, e-mail, WhatsApp, chatbot ou pelas nossas redes sociais para saber mais sobre nossos serviços.

Garanta a melhor solução de atendimento para o seu negócio!

0800 606 6047