Departamento de Justiça dos EUA prepara ação antitruste contra gigante e estaria avaliando desmembrar a empresa para conter domínio na publicidade digital
Depois de enfrentar diversos processos na União Europeia, o Google passou a ser alvo em sua terra natal. O Departamento de Justiça (DOJ) e promotores do Ministério Público estadual da Califórnia estão considerando a possibilidade de forçar o gigante de buscas a vender seu navegador Chrome e parte de seu lucrativo negócio de publicidade, informa o site Político.
A intenção é reduzir o domínio do Google sobre o mercado global de publicidade digital, que já rendeu mais de US$ 162,3 bilhões.
Segundo fontes citadas pelo site, as conversas — em meio aos preparativos para uma batalha legal antitruste que o DOJ deve começar nas próximas semanas — podem abrir o caminho para a primeira dissolução de uma empresa nos Estados Unidos por ordem judicial em décadas.
Além disso, diz o site Político, as vendas forçadas também representariam grandes reveses para o Google, que usa seu controle do navegador da web mais popular do mundo para auxiliar o mecanismo de busca, que é a chave de seu negócio.
Uma investigação do Congresso americano sobre as big techs — Amazon, Apple, Google e Facebook —, que durou 16 meses, concluiu que as gigantes detêm poder de monopólio em segmentos-chave e abusaram de seu domínio de mercado.
O relatório, que veio a público na semana passada, acusa a gigante americana de pesquisas de violar as leis antitruste e usar técnicas desleais para eliminar a concorrência. O processo deve incluir as formas como o Google usa seu sistema operacional móvel Android para ajudar a consolidar seu mecanismo de busca, informou o Político na semana passada.
Procurados pelo site, porta-vozes do Google e do Departamento de Justiça não quiseram comentar.
O litígio esperado ocorre enquanto o Google e outras 'big techs' enfrentam crescente escrutínio de republicanos e democratas, em Washington, por questões como eliminação da concorrência, vazamento de dados privados de usuários e disseminação de desinformação em plens corrida presidencial.