Se não é exatamente uma surpresa, a nova pesquisa da Pew Research sobre o Estado das Mídias de Notícias mostra uma clara preferência pelos dispositivos móveis como ferramenta para a busca de informações. Ao fazer sua radiografia anual sobre como se dá o acesso a notícias nos Estados Unidos, a Pew conclui que 39 dos 50 maiores sites noticiosos – como Huffington Post, CNN e BuzzFeed – têm maior tráfego a partir de celulares e tablets.
Há sinais de que o Brasil segue na mesma tendência – dados divulgados pela IAB Brasil indicam que sites de notícias têm tráfego que chega a 65% originado em dispositivos móveis (caso da Abril), ou mesmo índices altos como no O Globo (40%), Extra (37%), Estadão (27%) e G1 (25%). A pesquisa da Pew nos Estados Unidos indica, porém, que embora o móvel traga maior tráfego, são os leitores que usam desktops que ficam mais tempo nos sites.
É de se considerar, ainda, que uma grande parcela dos internautas prefere usar outras plataformas como intermediárias da informação. Segundo a pesquisa, praticamente metade dos americanos adultos (48%) usa o Facebook para acessar notícias sobre política e governo – basicamente o mesmo percentual daqueles que dizem se informar pela televisão (49%).
E o Facebook, mesmo sendo a maior nesse quesito, é apenas uma das fontes. De acordo com os dados da Pew, agregadores de notícias como Yahoo News e Google News são também importantes – com 24% e 22% dos entrevistados que dizem usá-los como forma de se informar, respectivamente. Além desses, 14% disseram buscar informação pelo Youtube e 9% pelo Twitter.
Com tudo isso em conta, é ainda menos surpreendente que o mundo mobile tenha ficado com a maior fatia do crescimento dos gastos com publicidade nos EUA. O bolo total da anúncios online cresceu 18% em 2014, para US$ 50,7 bilhões (cerca de R$ 150 bilhões) – mas o naco direcionado a dispositivos móveis cresceu de 25% para 37%.
Enquanto novos relacionamentos foram acordados entre organizações de notícias e empresas de tecnologia como o Facebook, as empresas de tecnologia ainda controlam os arranjos e colhem a maior parte dos benefícios financeiros. O Facebook agora detém cerca de um quarto (24%) do total das receitas com publicidade [display] e mais de um terço (37%) do display móvel.
Fonte: Convergência Digital