Dados Sócio-demográficos dos médicos no Brasil
O Brasil conta hoje com um universo de cerca de 283 mil médicos. Deste contingente, a grande maioria que respondeu a pesquisa é do sexo masculino (69,8%), enquanto a participação feminina fica em torno de 30,2%. Grande parte da população médica reside nas capitais do Brasil (62,1%), a porcentagem dos que moram no interior do País é de 37,9%. 63,4% dos que responderam à Pesquisa tem menos de 45 anos e 3% tem mais de 60 anos. 68,2% dos médicos vivem e trabalham em seu estado de origem, e 1,5% deste contingente veio de outro país.
Formação e aperfeiçoamento dos médicos no Brasil
99,1% graduaram-se no Brasil e apenas 0,9% estudou no exterior. 69,9% dos médicos foram graduados em instituições públicas de ensino, apenas 30,1% completaram o terceiro grau em instituições privadas de ensino.
45% dos médicos têm menos de 15 anos de formado, 31,5% têm entre 15 e 24 anos de formado e 23,5% têm mais de 25 anos de atuação profissional.
78,1% dos médicos possuem algum curso de pós-graduação. Deste contingente, 61,6% fizeram residência médica, 37,3% especialização, 14% possuem mestrado, 6,8% doutorado e 1,3% já concluiu o pós-doutorado.
66,5% dos médicos possuem o título de especialista. Dentre as especialidades, cresce o número de pediatras (10,4%), cardiologistas (10%), ginecologistas (8,4%), anestesiologistas (7,9%) e cirurgiões-gerais (6,6%).
Dentre os especialistas, 70,2% dos títulos foram concedidos pelas Sociedades de Especialidades, 19,7% pela Comissão Nacional de Residência Médica, 1,6% por legislação específica e 8,5% por outras entidades.
Aperfeiçoamento profissional dos médicos no Brasil
86,7% dos médicos que responderam à Pesquisa afirmaram participar de congressos de atualização profissional. Dentre eles, 60,2% participam de congressos locais, 66,9% de congressos regionais, 67% de eventos nacionais, 72,6% participam de congressos internacionais realizados no Brasil e 64,9% participam de eventos realizados no exterior. 71,3% responderam ser filiados às Sociedades de Especialidades, 67,2% às associações médicas e 42,4% aos sindicatos médicos.
Dentre as razões apontadas para o aprimoramento profissional constante estão: ascensão profissional (10,3%), maior qualificação (83,9%), melhoria da remuneração (2,6%) e outras razões (3,2%).
Estrutura do mercado de trabalho dos médicos no Brasil
98,3% dos médicos no Brasil estão trabalhando. 0,9% está desempregado e 0,8% está inativo. No quesito satisfação com a especialidade em que atua, 11,1% se dizem insatisfeitos e 65,4% afirmam estar satisfeitos.
10,8% dos profissionais avaliam como não desgastante a sua atividade profissional e 58,4% a consideram desgastante. 72,6% dos médicos residem na mesma cidade onde trabalham e 19,7% em outra cidade ou outro estado diferente de onde moram.
67% dos profissionais trabalham em consultórios, 69,7% mantêm vínculos empregatícios com o setor público, 53,8% trabalham para o setor privado, 20,3% para o filantrópico e 18,9% se dedicam à docência.
Rendimentos dos médicos no Brasil
11,1% dos entrevistados possuem uma fonte de renda não médica. 42,7% afirmam que sua remuneração diminuiu, nos últimos 7 anos, (época em que foi realizada a Pesquisa Perfil do Médico, pela Fiocruz), 26,2% afirmam que ela não se alterou nesse período e 31,1% dos entrevistados afirmam que sua remuneração aumentou.
A renda mensal do médico gira em torno de 1.667 dólares, a renda mensal desejada fica em 3.333 dólares e o piso salarial da categoria para 20 horas gira em torno de 1.667 dólares.
Orientação e participação Sócio-política dos médicos no Brasil
49,9% dos entrevistados fazem uma boa avaliação do Sistema Único de Saúde no Brasil, 17,7% também avaliam positivamente o Programa de Saúde da Família, PSF.
32,9% dos médicos não consideram adequada a assistência materno-infantil no País, 27,2% a consideram adequada.
39,9% dos médicos não são favoráveis ao sistema de convênios atuais, enquanto 20,5% dos médicos afirmaram ser favoráveis.
Orientação e participação Sócio-política dos médicos no Brasil
59,9% dos entrevistados vêem o futuro da profissão médica como incerto, 46% relacionam-no com a competência do médico, 45,7% dos entrevistados encaram o futuro com pessimismo e 14,7% com otimismo.
As respostas para quais são os valores mais importantes para a categoria são as seguintes: 97,3% acreditam que a honestidade é o principal valor do médico, 88,2% afirmam que a afetividade é o valor mais importante, 86,7% consideram a saúde como o valor primordial e 80,8% disseram que a justiça é o atributo que mais valorizam.
Quando perguntados sobre os valores menos importantes, as respostas são as seguintes: emoção (20,2%), poder (17%), prestígio (12,5%) e religiosidade (11,6%).
(*) Eleseus Vieira de Paiva
Presidente da Associacao Medica Brasileira
dados preliminares da Pesquisa Perfil do Médico Brasileiro, realizada pelo Conselho Federal de Medicina.