Em 2006, o valor gerado pelo setor TIC atingiu o montante de R$ 82,1 bilhões mostrando crescimento nominal de 38,1% em relação a 2003 (R$ 59,4 bilhões), sendo dividido da seguinte forma entre os setores econômicos: 74,4% nos serviços, 23,0% na indústria e 2,6% no comércio, observa o primeiro estudo sobre o setor de Tecnologia da Informação e Comunicações, divulgado pelo IBGE, nesta sexta-feira, 03/04. A telefonia móvel mostra a sua força.
As telecomunicações, de acordo com o levantamento, são responsáveis pela maior parcela de geração de valor do setor TIC, embora apresentem perda de participação, de 55,2% em 2003 para 47,8% em 2006. A participação da receita do segmento de telecomunicações por fio caiu de 60,3% para 50,7%.
Em sentido contrário, a participação do setor de telecomunicações sem fio apresentou crescimento de 34,1% para 43,2%, nesse período. Com menor participação na receita desse setor, também apresentaram crescimento serviços de Internet (1,9% para 2,3%) e outros serviços (2,0% para 2,4%).
No grupo dos serviços de telecomunicações por fio, respondiam pelas maiores receitas, em 2006, os serviços de telefonia fixo-fixo (30,5%), seguidos pelos serviços complementares de telefonia fixa (24,5%) e telefonia fixo-móvel (18%). Embora com menores participações, destacou-se nesse grupo, no período de 2003 a 2006, o crescimento de 2,9% para 5,6% na participação da receita do serviço de fornecimento de conexão para acesso à Internet.
No serviço fixo-fixo, as chamadas interurbanas representavam 43,4% da receita em 2006, seguido pelas chamadas locais (37,9%). No período 2003-2006, houve redução de participação das chamadas internacionais (de 8,9% para 5,1%), em razão de alternativas disponíveis na Internet por menor custo.
Outro destaque foi a tendência de crescimento das chamadas geradas em telefones públicos (de 8,5% para 13,6%), em decorrência do Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público, instituído em 2003.
No setor de telecomunicação sem fio, os serviços de interconexão na telefonia celular (serviço inter-empresas de chamadas) respondiam, em 2006, por 27,6% da receita. Tinham participações importantes na receita de telecomunicações sem fio a telefonia celular pós-pago (27,1%), seguida pela telefonia celular pré-pago (11,6%) e pela venda de telefones celulares (13,5%).
De 2003 a 2006, observou-se o crescimento do serviço de telefonia celular pós-pago, de 21,4% para 27,1%, em detrimento do serviço pré-pago (caiu de 17,9% para 11,6% na participação da receita de telecomunicações sem fio). No serviço pós-pago, as chamadas locais representavam, em 2006, 70,7% da receita.
O ponto mais crítico do levantamento talvez esteja aqui, mas o estudo, em 2006, já mostrava a força da banda larga em relação a qualquer outro tipo de conexão. Na avaliação. segundo o IBGE,no grupo de serviços relacionados à Internet, os provedores de acesso em banda larga concentravam 64,8% da receita, em 2006, seguido por outros serviços (16,1%) e agenciamento de espaço para publicidade (7,2%).
No período 2003-2006, houve queda acentuada da participação dos provedores de acesso em banda estreita (de 26,2% para apenas 5,2%), enquanto os serviço de banda larga respondia por 49,1% da receita, em 2003, chegando a 73,3%, em 2005, seguida por pequena retração em 2006 (64,8%).
Fonte: CONVERGÊNCIA DIGITAL