Atendimento ruim gera mais gastos às operadoras
Sinistralidade é um dos grandes problemas do setor de saúde. Acontece sempre que o usuário do plano ou do seguro de saúde apresenta sua carteirinha em uma consulta médica, exame laboratorial ou intervenção cirúrgica. A partir da equação entre a receita e as despesas com procedimentos médicos, é que as operadoras chegam ao índice de sinistralidade – o que, muitas vezes, é repassado para o usuário.
Não é de hoje que as empresas de saúde correm freneticamente atrás da redução dos custos assistenciais de seus serviços. Trata-se de um processo muito similar ao seguro de automóveis. Quanto mais ocorrências como roubos ou colisões – que representam as sinistralidades do setor –, mais apenados serão os proprietários de automóveis, que perdem descontos e pagam mais caro para ter seu veículo assegurado.
Nos dois casos, a prevenção surge como luz no fim do túnel, uma forma de fazer com que as pessoas gerem menos sinistros. Infelizmente, o setor de saúde tem apresentado alternativas que acarretam no comprometimento da qualidade dos serviços médicos e que, por sua vez, acabam impactando a saúde dos pacientes.
Regida por protocolos que devem ser seguidos até o término do tratamento, a medicina de qualidade representa a única chance de os pacientes poderem se ver livres da doença ou do tormento de ter de passar por cirurgias de correção. Muitas vezes, entretanto, a fim de evitarem determinados custos, os protocolos não são seguidos integralmente – o que acaba comprometendo o diagnóstico e, em algum momento futuro, levando o paciente a recorrer novamente ao tratamento, repetindo todos os procedimentos que já haviam gerado sinistros.
Em resumo, o que as operadoras encaram como economia de custos hoje, se reverte em aumento de sinistralidade amanhã, agravando ainda mais o problema para todas as partes envolvidas. Repetem-se consultas, exames – inclusive os de alta complexidade – e internações, podendo resultar, também, em cirurgias que poderiam ter sido evitadas anteriormente com o simples cumprimento do protocolo de tratamento.
Sem dúvida, a equação do setor é complexa e muitas são as variáveis. Mas, definitivamente, a qualidade do atendimento e do diagnóstico é fator imprescindível para a redução da sinistralidade e, principalmente, para garantir o sucesso da assistência à saúde da população.
Quanto mais as operadoras de planos de saúde, hospitais, laboratórios e clínicas focarem na qualidade dos serviços prestados, garantindo a eficiência dos processos, maior será o sucesso no tratamento dos pacientes, levando-os a recorrer cada vez menos a intervenções onerosas que acabam pondo em xeque toda a cadeia de atendimento.
Fonte: Saúde Business