| Originalmente publicada no Teletime | O governo do Reino Unido decidiu nesta terça-feira, 4, implementar restrições mais severas à Huawei no mercado de 5G, incluindo o impedimento de compra de equipamentos já a partir de 1º de janeiro de 2021. Além disso, todas as operadoras que já tiverem as soluções da empresa chinesa deverão removê-las de suas redes até 2027. Mas haverá impacto não apenas com atrasos na implantação da tecnologia, mas também em custos para as operadoras britânicas.
A medida foi anunciada pelo secretário digital do governo, Oliver Dowden, ao parlamento britânico, que reconheceu que isso provocará atrasos e custos adicionais ao Reino Unido. Tornando a compra dos produtos chineses ilegais em 2021, já começam os impactos. Isso vai atrasar a nossa implantação do 5G por mais de um ano e custará 500 milhões de libras [550 milhões de euros], declarou.
Considerando a medida de remover até 2027 todos os equipamentos da Huawei já implantados, contudo, vai causar um impacto ainda maior para os britânicos. O acumulado do atraso será de dois até três anos, e o custo de mais de 2 bilhões de libras [2,2 bilhões de euros]. Isso vai trazer consequências, e para crescer rápido [após essas medidas], haverá ainda mais custos e atrasos, declarou Dowden.
Pressão dos EUA
Notadamente, foi uma reconsideração das medidas iniciais de apenas limitar o uso de produtos da Huawei em redes de acesso e core e em determinada proporção. Após ameaças do governo dos Estados Unidos, o primeiro-ministro Boris Johnson convocou uma reunião com o gabinete de segurança britânico na manhã desta terça para ouvir o aconselhamento a respeito da presença de fornecedores chineses no 5G.
Não há coisa como rede perfeitamente segura, mas queremos deixar ao máximo possível, declarou Dowden. Segundo o secretário, a medida seguiu um estudo técnico e que demanda níveis de segurança. As fornecedoras Huawei e a ZTE são de alto risco, declara.
A proposta será transformada em lei até a próxima eleição, que deverá acontecer no dia 31 de janeiro de 2021. Não é uma decisão fácil, mas é a correta. Para as redes do Reino Unido, segurança nacional, e para a banda larga.
A reconsideração da política inicial ocorreu após forte pressão dos Estados Unidos. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tem forte alinhamento com a administração Donald Trump.
Huawei no Reino Unido
A Huawei publicou em junho um compromisso de ajudar a construção de redes de banda larga fixa gigabit no Reino Unido. Para tanto, enviou uma carta aberta para cada membro do parlamento britânico ressaltando as vantagens de um ambiente mais competitivo, como inovação e custos, além de redes mais seguras e resilientes.
Segundo a Sky News, a expectativa da medida já havia trazido impacto na Huawei UK. A rede de TV afirma que o chairman e vice-executivo de BP da Huawei, Lord Browne, anunciou há alguns dias que iria se afastar do cargo em setembro, antes de o contrato vencer.