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20/04/2023 - Foco no paciente é chave para a qualidade hospitalar

Especialistas apontam a importância de construir uma cultura de qualidade e de acompanhar indicadores inclusive após a alta

Ao buscar assistência à saúde, seja para check-ups de rotina ou para procedimentos mais complexos, que exigem internação e até cirurgia, o paciente muitas vezes não sabe o que esperar do atendimento, do tratamento ou do pós-alta. A divulgação de indicadores de qualidade e segurança ajuda a empoderar o paciente em sua escolha num momento que é, muitas vezes, de fragilidade. No entanto, a transparência precisa ir além.

"Se um paciente tem um problema, é internado, faz uma cirurgia e vai para casa, ele precisa saber: qual é a taxa de melhora, o que ele deve ou pode esperar da sua recuperação? Os resultados do cuidado vão além do ambiente hospitalar e esses também são dados que precisam ser analisados e compartilhados", afirmou Vanessa Teich, diretora de Economia da Saúde do Einstein, em um debate promovido pela organização na última semana (assista no vídeo abaixo), que reuniu especialistas em saúde do Brasil e do exterior.

Para responder à pergunta principal do seminário —o que todo paciente precisa saber sobre qualidade nos serviços hospitalares?—, os integrantes dos quatro painéis destacaram a necessidade de envolver cada vez mais o paciente nas decisões sobre seu tratamento e de transparência na divulgação de dados pelas organizações de saúde.

"Uma organização que busca a entrega do melhor desfecho [resultado da assistência em saúde] deve saber informar seus indicadores de maneira adequada e usar todos os recursos para que essa informação seja compreensível, visando unicamente o benefício do paciente", afirmou Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo e presidente do Einstein.

Os especialistas também apontaram a importância de os hospitais investirem continuamente não só em novas tecnologias e tratamentos mas na formação de suas equipes multidisciplinares e de fomentarem uma cultura interna de qualidade e segurança no cuidado.

"A qualidade e a segurança não são adquiridas voluntariamente, pela própria complexidade do tema. É preciso ter métodos para organizar e ordenar os processos. E uma forma de fazer isso é por meio dos processos de acreditação", disse Heleno Costa Júnior, superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação, associado da Joint Commission International (JCI), o mais importante reconhecimento em processos de qualidade e segurança em saúde. "Os programas de acreditação, quando bem implantados, proporcionam processos de melhoria de qualidade", completou.

No caso do Einstein, o investimento na jornada que o levou aos 17 selos de acreditação que possui hoje, sendo 14 deles internacionais, teve início na inauguração do hospital, na década de 70, e se aprimorou com o tempo, envolvendo o engajamento de toda a equipe responsável pelo cuidado. "Quando começamos a ouvir falar em indicadores, fomos atrás e experimentamos de tudo, até descobrirmos os modelos de acreditação. A acreditação, hoje, é o nosso piso e não o nosso teto em termos de qualidade. É o mínimo que devemos fazer e, a partir disso, vamos atrás das inovações", disse Miguel Cendoroglo, diretor médico do Einstein.

O Einstein foi a primeira organização fora dos EUA a receber o reconhecimento da JCI, em 1999, e é a primeira na América Latina a conquistar a designação de hospital Magnet, a de maior excelência na enfermagem e no cuidado. "Isso significa que a instituição observa e segue normas de segurança para que o paciente tenha desfechos positivos, com redução potencial de eventos adversos", explicou Karen Wentzel, analista sênior do programa de reconhecimento Magnet, do American Nurses Credentialing Center (EUA).

No Einstein, a existência da Central de Monitoramento Assistencial (CMOA) garante um uso eficiente do controle e monitoramento de dados. "A implantação do prontuário eletrônico oferece informações da assistência do paciente em tempo real. A partir desses dados, algoritmos capturam os riscos de falhas e eventos adversos e enviam alertas à central, que comunica imediatamente a equipe da linha de frente do cuidado. A intenção é que a eventual falha seja corrigida antes de atingir o paciente", explica Claudia Laselva, diretora da Unidade Hospitalar Morumbi e de Práticas Assistenciais do Einstein.

PACIENTE NO CENTRO
As referências mundiais em saúde mostram que todo o cuidado técnico precisa estar aliado a uma cultura de acolhimento e escuta do paciente, que deve ser protagonista no seu tratamento.

"A melhor maneira de avaliar a perspectiva do paciente é fazer levantamentos sobre a experiência do atendimento. Não para avaliar a satisfação com alimentação ou estacionamento, mas a percepção de qualidade e segurança em relação ao cuidado recebido", ressaltou Tejal Gandhi, diretora de Segurança e Transformação da Press Ganey, empresa norte-americana de assistência médica que desenvolve pesquisas de satisfação dos pacientes.

Um desafio é inovar na busca de indicadores que permitam um olhar mais amplo, além do intra-hospitalar, garantindo melhor qualidade de vida durante toda a jornada do paciente —diagnóstico, internação, tratamento e pós-doença, com evolução do quadro clínico e avaliação da experiência.

Em 2012, o Einstein criou a Célula de Desfechos, destinada a acompanhar pacientes com 23 diferentes condições clínicas, aplicando questionários antes da realização de procedimentos ou tratamentos e até mais de dez anos depois da alta hospitalar. Os resultados estão presentes no Dossiê de Valor, documento divulgado pelo Einstein durante o evento, e compõem um conjunto de dados importante para mensurar a qualidade do tratamento.

No Brasil, uma iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançada em 2021 também ajuda a munir os pacientes de indicadores hospitalares na rede privada: o SiHosp (Sistema de Indicadores Hospitalares). "O Sihosp conta com a participação de 131 hospitais gerais, que possuem acreditação em nível máximo e certificações. A participação voluntária demonstra empenho das lideranças em saúde na melhoria da capacidade de governança e transparência das informações", afirmou Angélica Carvalho, diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da ANS, na segunda mesa de debates.

Pedro Delgado, vice-presidente do Institute for Healthcare Improvement (IHI), organização voltada para a melhoria da assistência em saúde em todo o mundo, reforçou, em sua fala, que "a capacitação técnica, a transparência no compartilhamento de dados e a confiabilidade da instituição são fundamentais" para assegurar qualidade. "Mas o paciente precisa saber que a sua voz importa, sentir empatia e compaixão ao ser atendido. Se isso acontecer, significa que ele está em uma instituição inspiradora e segura", concluiu.

Leia a matéria na íntegra no site da Folha...


Fonte: https://estudio.folha.uol.com.br/hospital-albert-einstein/2023/03/foco-no-paciente-e-chave-para-a-qualidade-hospitalar.shtml



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