O Globo
Agências Internacionais
BOSTON - Um estudo divulgado nesta segunda-feira nos EUA mostra que um tratamento especialmente agressivo com estatinas, classe de remédio usado para baixar o nível de colesterol, previne novos problemas cardíacos e salva vidas.
O medicamento já é usado em tratamento de cardíacos, mas os novos resultados sugerem que altas doses dele são a melhor chance de sobrevivência para pacientes que tiveram ataque cardíaco pouco tempo antes.
O estudo, publicado pelo jornal "The New England Journal of Medicine" e apresentado esta semana no congresso internacional de cardiologia, promovido pelo Colégio Americano de Cardiologia, em Nova Orleans, causou surpresa nos especialistas.
A pesquisa envolveu 4.162 voluntários em 349 centros médicos de outro países. Todos os pacientes haviam sido internados com dores irregulares no peito ou ataque cardíaco.
No estudo, os médicos compararam os efeitos da administração de uma dose dupla de atorvastatin com uma dose padrão de pravastatin. Nos pacientes que receberam a dose reforçada, o nível do colesterol ruim no sangue, a lipoproteína de baixa densidade (LDL) caiu para 62 miligramas por decilitro de sangue. Os que tomaram a dose-padrão viram o LDL baixar para 95 miligramas por decilitro de sangue.
Nos dois casos, o nível de colesterol ficou dentro do recomendado pelos médicos - até 100 mg/dl. Mas, entre os pacientes que tomaram a dose reforçada, verificou-se um risco 16% menor de dores no peito perigosas, ataque cardíaco e cirurgia para colocação de pontes.
Os benefícios do tratamento agressivo aparecem em 30 dias.