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11/11/2008 - Estará o e-mail com os dia contatos?

RIO - Os amigos que o perdoem, mas o cabeleireiro carioca Evânio Alves simplesmente não responde emails. Falta de tempo, paciência e a preferência por outras ferramentas de comunicação ajudaram na decisão dele de tornar o email uma forma secundária de contato com as pessoas. Agora, Evânio só usa as mensagens de texto via celular e as ligações por voz. Um retrocesso na comunicação? Nem pensar. Trata-se de uma adaptação aos tempos de caixas postais sempre lotadas e um excesso de informação que tem feito com que muitas outras pessoas, assim como Evânio, abandonem suas caixas postais.

Afinal, o email está chegando ao seu limite? Não é bem assim. A idéia é que ele vá sendo substituído, aos poucos, por outras ferramentas de comunicação que demandem menos atenção, desperdicem menos tempo e tornem mais prática a comunicação entre pessoas. De acordo com Cezar Taurion, diretor de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil, falar em morte do email é dramático, assim como seria falar da morte das kombis (que continuam circulando pelas cidades).
Taurion concorda que há um processo, já em curso, de substituição tecnológica, um ciclo de fragmentação das comunicações que fará com que o email deixe de ser a principal forma de ligação entre pessoas na internet para ser apenas mais uma ferramenta, assim como os microblogs (como o Twitter), blogs, redes sociais, RSS Feeds, programas de mensagem instantânea e telefone celular.


" O uso do email no âmbito pessoal vai cair muito nos próximos anos "

- O uso do email no âmbito pessoal vai cair muito nos próximos anos. No empresarial vai levar mais um tempo, mas em 2 ou 3 anos, os programas de mensagem instantâneas serão mais usados nas empresas do que os emails. Simplesmente porque o email não é mais o faz-tudo - diz Taurion.

Não dá para tirar do email seu papel de destaque na história da internet e na transformação da comunicação humana. Foi ele o responsável por quebras barreiras geográficas.

- Hoje temos uma overdose de emails, causada por spams e por aqueles que acabaram de entrar na internet e não aprenderam a usar a ferramenta. Quem usa o email há mais tempo tende, assim, a ir atrás de outras ferramentas - diz Taurion.

Pesquisas apontam um processo de abandono do uso do email, lembra Taurion, citando um estudo da Jupiter Research, que mostrou que nos EUA cerca de 17% da população troca de endereço eletrônico a cada seis meses. Outros levantamentos mostraram que principalmente os jovens têm preferido as redes sociais para se comunicar, em detrimento do uso do email. Há ainda um estudo que mostrou que, nos EUA, a idade média de quem usa email é 47 anos. E que, para a nova geração, a chamada Y, o email é apenas um vago conhecido.

Um estudo interessante, realizado pela Nielsen Mobile, mostrou que em 2007 os usuários de celulares americanos já mandavam mais SMS do que faziam ligações por voz. Mais: que os adolescentes com idades entre 13 e 17 anos mandavam ou recebiam mais de 1,7 mil mensagens SMS/mês.

A pesquisa mais impactante, no entanto, foi feita pela Pew Internet & American Life Project, e mostrou que enquanto 92% dos adultos americanos usam emails, apenas 16% dos adolescentes o fazem. E será justamente este público o responsável não pela morte, mas pela diminuição do uso do correio eletrônico no futuro.

Além daqueles que não usam email nunca - caso dessa leva de adolescentes e também de Evânio Alves, há aqueles que ficam no meio termo entre abandonar de vez o email e ser obrigado a usá-lo por questões profissionais.

Nosso colega Carlos Alberto Teixeira, o CAT, diz que ainda não abandonou o email por razões profissionais. Enquanto usava o Outlook Express, diz ele, era capaz de selecionar por meio de regras do software quais mensagens receberiam sua atenção imediata. Contudo, depois que adotou o Gmail, estabeleceu filtros que marcam com uma estrela as mensagens dos remetentes mais importantes.

- As outras mensagens, infelizmente, não tenho tempo de ler. Pinço uma ou outra, aleatoriamente, e vejo se interessam. Vai por amostragem.

Uma questão levantada por Evânio chama a atenção: o email não é uma forma de comunicação direta: antes do assunto em si, sempre é necessária uma introdução, o que torna o veículo lento quando o tempo é escasso.


" No SMS as pessoas são econômicas, vão direto ao assunto. Fica mais prático "

- Além da desvantagem do spam, quando você está tratando de qualquer assunto por email há sempre um texto enorme, uma coisa desnecessária. Por educação, você se vê obrigado a responder. No SMS as pessoas são econômicas, vão direto ao assunto. Fica mais prático. Além disso, o celular está sempre perto de mim, o computador, não - diz Evânio.

Outro que foi em busca de opções para substituir o velho email foi o especialista em projetos interativos Rene de Paula Jr., criador de uma lista de discussões muito popular na internet, a Radinho. A lista cresceu tanto que chegou a abrigar mais de 1,4 mil pessoas, que enviavam milhares de mensagens. No meio do caminho, o objetivo inicial foi desvirtuado e Rene teve de mover a lista para outro serviço, o Ning, rede social nos moldes do Orkut.

- Antes, nós éramos seis, (risos), todos se conheciam. Depois, entrou muita gente e a coisa se perdeu. Não é porque uma tecnologia é possível que é boa. Só conseguimos nos relacionar efetiva e afetivamente com um pequeno número de pessoas, senão vira multidão. Como o email é aberto, uma pessoa é capaz de inundar a outra de mensagens e, junto, vai a expectativa da resposta, da réplica, está no DNA do sistema - diz Rene.

Fonte: O Globo online



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