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04/02/2016 - Empresas abandonam #apps próprios e apostam em robôs que conversam

Qualquer que seja o indicador adotado, a App Store da Apple criou uma nova economia, a partir de seu lançamento em 2008. Os proprietários de iPhones e iPads gastaram US$ 20 bilhões na compra de apps em 2015, a companhia anunciou em janeiro.

No entanto, da mesma forma que a economia mais ampla, as lojas de apps da Apple e do Google enfrentam o problema da crescente desigualdade.

Enquanto os ricos –como o serviço de mídia social Facebook e a King Digital Entertainment, que criou o videogame "Candy Crush" –ficam cada vez mais ricos, outros desenvolvedores encontram dificuldades cada vez maiores para que seus apps sejam percebidos. Mais de 1,5 milhão de aplicativos estão disponíveis para download na loja da Apple, por exemplo.

Um estudo da consultoria de mídia e tecnologia Activate demonstrou que os usuários dedicam mais de três quartos de seu tempo a apenas cinco apps.

"A adoção e monetização de apps estão pesadamente distorcidas em favor dos poucos apps mais baixados", diz Alex Austin, presidente-executivo da Branch Metrics, fornecedora de tecnologia para apps móveis, em post publicado em seu blog em novembro. Ele acrescentou que "99% do valor fica centralizado em 0,01% dos apps".

Mas ao mesmo tempo, jamais foi tão importante para uma empresa criar presença no setor móvel. A comScore, que acompanha estatísticas de uso da internet, constatou que o uso dos apps para aparelhos móveis superou o tempo dedicado ao uso de computadores de mesa, no ano passado nos Estados Unidos, com as pessoas entre os 18 e os 34 anos dedicando 61% de seu tempo de mídia digital aos smartphones.

O Flurry, um serviço de estatísticas sobre o mercado de internet móvel controlado pelo Yahoo, estimou que o tempo dedicado a aparelhos móveis mais que dobrou, no geral, em 2015.

O domínio do smartphone representa um desafio para os desenvolvedores que esperam que seus apps se tornem o novo sucesso do mercado. Isso levou algumas empresas a testar formas diferentes de engajamento móvel, entre as quais algumas que não requerem a instalação de apps em aparelhos.

De assistentes virtuais –software que executa funções semelhantes às de um secretário– incorporados a serviços de mensagem a apps de acesso instantâneo sem download, estão emergindo tecnologias que oferecem maneiras diferentes de evitar o download de apps.

Ryan Hoover, fundador do Product Hunt, um site de recomendação de tecnologia, cunhou a frase "apps invisíveis" para descrever empresas que usam serviços de mensagens instantâneas como o Facebook Messenger, o serviço de chat para empresas Slack ou simples mensagens de texto como maneira de se comunicar com os usuários.

"Uma das coisas mais difíceis para uma empresa é atrair atenção, conseguir distribuição e se tornar parte cotidiana da vida de alguém", ele diz. "Esse é um dos motivos para que o Slack tenha atraído tanta atenção da parte dos desenvolvedores."

Hoover diz que a situação o faz recordar o que acontecia quando todo mundo usava a plataforma do Facebook como base, em lugar de optar por um portal próprio e isolado, em seus esforços por atrair consumidores.

Por exemplo, depois de ser lançado inicialmente como app para aparelhos móveis, o Birdly, um aplicativo desenvolvido em Paris para acompanhamento de despesas, decidiu que um "bot" –um programa autônomo de computador– ligado ao Slack faria o mesmo serviço mais rápido. Os usuários enviam fotos de recibos e notas fiscais ao bot do Birdly, e o app digitaliza o número e o inclui em uma planilha.

Outros exemplos de apps "invisíveis" incluem o ucraniano PocketTour, agência de viagens à qual é oferecido acess por meio do app de mensagens Viber, enquanto a Digit, uma empresa de San Francisco, ajuda usuários a administrar suas finanças via mensagens de texto.

Usar apps de mensagem para mais do que apenas um chat já se tornou prática generalizada na Ásia, graças a serviços como o WeChat e o Line, que há muito são usados para enviar dinheiro ou chamar um táxi.

No Vale do Silício, o Facebook até agora vem sendo a empresa mais agressiva na promoção desse tipo de comportamento, fora da Ásia. Em 2015, abriu seu app Messenger a desenvolvedores externos. Eles podem criar recursos adicionais, como teclados de emojis para incorporar símbolos gráficos a mensagens.

E as empresas podem se comunicar individualmente com os mais de 800 milhões de usuários regulares do Facebook Messenger. Alguns grupos de varejo estão testando essa plataforma para rastrear entregas ou oferecer assistência ao cliente.

Em janeiro, na conferência Digital-Life-Design em Munique, o WhatsApp, um app de mensagens controlado pelo Facebook, anunciou que permitiria que empresas se comunicassem com seus clientes por meio do app.

"Isso pode envolver comunicação com um banco para confirmar se uma transação recente era válida, ou com uma companhia de aviação sobre atraso em um voo", afirmou o WhatsApp em post de blog.

No entanto, é improvável que o serviço seja gratuito para empresas. O WhatsApp espera gerar receitas equivalente à sua taxa mensal de US$ 1 por usuário, que será abandonada quando isso acontecer.

Em dezembro, o Slack lançou uma plataforma que permite que desenvolvedores criem produtos para seu serviço de mensagens, além de um fundo de investimento de US$ 80 milhões para ajudar a atrai-los. "No espaço geral [da inteligência artificial], dos bots e assistentes virtuais, acreditamos que exista grande potencial", disse Stewart Butterfield, presidente-executivo do Slack, ao "Financial Times".

Assistentes virtuais podem desempenhar funções como sugestão de presentes para cônjuges ou reservas em restaurantes, e vêm ganhando popularidade. Serviços como o Magic, Operator ou M (este último do Facebook) oferecem serviços pessoais por meio de canais semelhantes às mensagens de texto.

"Os apps tradicionais tendem a oferecer experiências gerais, enquanto esses avanços mais recentes envolvem experiências mais personalizadas", diz Jan Dawson, analista de tecnologia na Jackdaw Research. Em novembro, o Google também criou um programa piloto de apps que não requerem download, em uma tentativa de aproximar o melhor da Web tradicional e os aplicativos móveis.

O teste está limitado a um punhado de parceiros, por enquanto, mas o Google também está abrindo outras partes de sua plataforma móvel a desenvolvedores. O Google Now, organizador automático do grupo, pode extrair informação de apps existentes, como o serviço de reserva de restaurantes OpenTable e o serviço de carros compartilhados Zipcar. Os usuários veem informações desses provedores sem precisar abrir apps.

Reduzir o app aos seus elementos essenciais é uma tendência que deve avançar ainda mais. John Borthwick, presidente-executivo da Betaworks, criadora de aplicativos e investidora no mercado de apps, diz que notificações autorizadas, ou seja, mensagens disparadas por um app se o usuário autorizar seu recebimento, se tornarão "a interface primária da computação", porque os apps comunicarão mensagens relevantes para a pessoa que as recebe.

Borthwick diz que "em lugar de abrir um app e ter de procurar algo na Web, seu aparelho e os dados contextuais de que ele dispõe –tais como localização, interesses, hora, clima– o informarão com uma notificação autorizada".

Para os desenvolvedores, os apps móveis continuam essenciais. Mas técnicas como as notificações autorizadas e "chat bots" oferecem oportunidades mais amplas de reduzir o ruído digital da comunicação ao colaborar com empresas como o Facebook, WhatsApp e outros gigantes das lojas de apps, em lugar de competir com eles pela atenção dos consumidores.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/tec/2016/02/1736706-empresas-abandonam-apps-proprios-e-apostam-em-mensagens-de-texto.shtml?cmpid=twfolha



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